Preferido dos publicitários, dos críticos e do seu público, o apresentador fecha o ano como unanimidade na TV
Foi uma surpresa. Um levantamento recente encomendado por um jornal do Rio ouviu as principais produtoras de filmes e agências de publicidade que revelaram: Luciano Huck é o nome mais lembrado na hora de se contratar uma celebridade para vender um produto na tevê, seja ele um celular, seja um banco ou seja uma tintura para cabelo. O apresentador, de 38 anos, deixou para trás pesospesados do showbiz nacional, como Ivete Sangalo, Claudia Leitte e a übermodel, Gisele Bündchen. Fenômeno? Sim. Mas a constatação do mercado anunciante vai muito além do caráter efêmero que a palavra possa carregar.
Huck recebeu Gente antes de iniciar mais uma campanha para a linha de produtos da Niely Gold, ao lado de Angélica, em uma mansão no Alto Joá, no Rio de Janeiro. Menos de 24 horas depois de arrematar dois prêmios – Melhor Apresentador e Melhor Programa da TV –concedidos por um jornal popular carioca em eleição definida pelo público. “O legal é que 100% da votação é do leitor, então eu respeito à beça”, comentou ele. Pois é, Huck não vai bem só com a turma do marketing: ele agrada em cheio aos públicos C, D e E, consumidores ávidos de seu programa. Seu Caldeirão do Huck completará dez anos no ar em abril do ano que vem e mantém a média de 15 pontos de audiência no Ibope (cerca de 900 mil televisores ligados nele apenas na Grande São Paulo), índice considerado muito bom pelos executivos da emissora.
Mas qual é o segredo do sucesso desse estudante de advocacia que abandonou a USP no último período para se tornar um “Midas” da comunicação? Terá sido as “lições” que ouvia desde garoto em casa, nas reuniões pilotadas pelo padrasto, Mário Escobar de Andrade (ex-diretor de redação da revista Playboy), com feras como Washington Olivetto, Juca Kfouri, Thomaz Souto Correa, Walter Clark, Luiz Schwarz e outros bambas?
À seguir, a entrevista em que o apresentador fala da carreira, de dinheiro, de sua legião de fãs no Twitter – mais de 1,5 milhão de seguidores – e de como a mulher, Angélica, atua como seu elo com a realidade diante de tanto assédio.
Em novembro, um jornal carioca encomendou uma pesquisa no mercado publicitário que apontou você como o favorito dos anunciantes para estampar campanhas na tevê. De onde vem tanta credibilidade?
Acho que a tevê Globo tem uma competência grande de qualidade de produção e comercial. E no Caldeirão a gente tem uma sinergia boa com o comercial. A gente trabalha bem juntos e o programa passou a ser uma vitrine importante de promoções grandes nos últimos cinco anos, com patrocinadores que ficam o ano inteiro. O programa tem uma repercussão positiva nos seus merchandisings e isso acabou gerando contratos fora também. Hoje eu tenho seis contratos, nada de varejo ou coisa pontual. São contratos longos.
“Eu nunca tive dinheiro como prioridade na minha vida. Nunca. O dinheiro que eu quero ter é só pra não passar vontade”
Mas por que esse assédio com você? Existem outros programas e muita gente competente na Globo.
Eu sei, mas crédito é uma coisa que você leva uma vida inteira para conquistar, mas bastam cinco minutos para perder. Então eu tomo muito cuidado, você tem que ser verdadeiro na comunicação. O que você vê aqui, o que você vê na televisão, o que você vê em casa... sou eu mesmo. Não existe mais o personagem que apresenta um programa e que na vida real ele é outro. Não é assim. Alguma hora você vai cair.
No ranking do estudo de mercado você deixou para trás gente como Ivete Sangalo, Cláudia Leitte e Gisele Bündchen. Qual a sensação?
É diferente, cara. A Gisele não mora no Brasil e é uma personalidade mundial. Ivete e Cláudia são cantoras, que estão nas rádios e nos shows rodando o Brasil. Eu estou toda semana na televisão, duas horas por dia. Mas fico lisonjeado assim mesmo. O mercado publicitário me perceber como um bom porta-voz de produtos de primeiríssima linha, com 15 anos de carreira, é muito bacana.
Parte desse sucesso todo tem a ver com seu espírito empreendedor, concorda?
Claro, eu gosto muito de realizar. Gosto muito de ter ideia e fazer virar realidade. Eu acho que me encantei pela televisão por essa possibilidade, de você produzir industrialmente toda semana e o resultado estar no ar. A cadeia é muito produtiva. Você tem ideia, você organiza, você orça, você produz, você exibe e você vê se a pessoa gostou. Então, eu gosto do ciclo da televisão. Acho muito virtuoso.
Mas você se desfez de alguns empreendimentos seus este ano. Por que?
Vendi tudo. Porque este ano foi de foco absoluto na tevê. Vendi as duas rádios que tinha no Rio, vendi o Ecco, que era meu restaurante em São Paulo, vendi a pousada de Fernando de Noronha, vendi uma empresa que a gente tinha no Rio, que era a Ticket Tronic, uma empresa de ticket eletrônico. Tenho só o Hotel Fasano aqui no Rio, onde tenho uma participação, mas também uma hora vou vender. Em 2010, fico 100% centrado na tevê e no Instituto Criar. É o ano do foco.
Ibope ou a voz das ruas: qual termômetro prefere?
Cara, eu gosto muito mais da rua. Eu vou receber um prêmio do Extra, eu vejo as pessoas, eu ando na rua, eu vou na técnica, eu quero muito poder educar o meu filho com isso, de poder cumprimentar todo mundo, falar com todo mundo, eu gosto disso. Eu tinha muita dificuldade no começo porque na Bandeirantes você era escravo do Ibope: tinha monitor até no banheiro! Você ia fazer xixi e tinha um monitor do Ibope lá dentro. Na Globo é ao contrário e está certo. No começo eu não entendia, mas hoje aprovo totalmente. Eu acho que o Ibope, a medição de audiência, é uma ferramenta do mercado publicitário, para valorar e mensurar quanto vale aquele espaço, mas se eu começar a produzir tudo só em função disso, você se limita muito artisticamente.
Como é ter mais de 1,5 milhão de seguidores no Twitter?
O Twitter tem duas frentes. Primeiro, eu acho que é mais uma forma de comunicação. Depois, é uma excelente ferramenta de trabalho. Foi muito divertido porque, como eu gosto de números e de mensurar os resultados, o site é muito gostoso porque ele tem um contador. Então, foi divertido. No primeiro dia tinha 30 mil pessoas te seguindo. Aí pensei, como é possível isso? Então você resolve saber quem é o mais seguido do Brasil e tenta ultrapassá-lo. Depois, busca seu primeiro milhão de seguidores. Aí é preciso outro desafio, como ficar entre os 100 mais seguidos do mundo. Já estamos. Então, fica engraçado e a próxima meta deve ser ficar entre os 50. Além disso, você tem 1,5 milhão de pessoas lendo o que eu escrevo aqui agora (no BlackBerry). É um canhão, que tem que ser usado para o bem.
Angélica comentou que vocês vão viajar para o Exterior por 40 dias... você consegue se desligar?
Não vão ser 40 dias. No ano passado foram 36, um recorde histórico! Hoje eu consigo me desligar, mas já fui escravo do celular. É que meu trabalho é, antes de tudo, ser um detector de comportamentos, entendeu. A gente tem que ver o que está acontecendo no mundo. Então, eu tirar férias é uma coisa necessária. Relaxa minha cabeça, mas me entope de informação. E depois eu trabalho tudo isso para virar conteúdo.
E você dorme tranquilo?
Eu durmo bem. Faço esportes todo dia de manhã, então preciso dormir muito pouco. Ontem cheguei em casa às 2h da manhã e acordei às 7h. Mas é tranquilo, eu durmo bem.
Sua família mudou alguma coisa em você?
Mudou muito. A Angélica, além, do amor incondicional, da paixão que tenho por ela é minha parceiraça. É uma mulher extremamente inteligente. Tinha tudo para ser uma pessoa anormal, porque está trabalhando desde os 5 anos de idade, faz programa na tevê desde os 12... Mas é a pessoa mais normal do mundo. É megatalentosa, muito inteligente, Ela me acalma, me traz um pouco para o dia a dia.
E quando vem o próximo filho?
Cara, quando ela quiser. Estou igual a escoteiro: estou sempre alerta. Precisando estamos aí. Ela trabalha também, faz dois programas de televisão e a questão de parir é muito mais complexa para a mulher do que para a gente. Para elas é um processaço, leva dois anos.
Como é ganhar muito dinheiro jovem e não se deslumbrar?
Eu nunca tive dinheiro como uma prioridade na minha vida. Nunca. O dinheiro que eu quero ter é só pra não passar vontade. Isso devia ser uma premissa de todo brasileiro. Se eu puder dar conforto para a minha família e puder viajar a hora que eu quiser, puder morar bem, puder trocar de carro, eu me dou por satisfeito. Acho que dinheiro é consequência de um trabalho bem feito. Toda vez que você coloca dinheiro como a premissa de qualquer coisa na vida, a chance de dar errado é imensa. Então, eu não sou um bom administrador de dinheiro. Sou entusiasta do que faço.
fonte:Isto É Gente
agradecimento:Anne
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