Luciano Huck me disse que cada vez mais tem certeza de que “todo mundo tem uma história boa para contar”. É esse prazer dele em ouvir o outro, mais do que a sorte de encontrar bons personagens, que tem feito de “Vou de táxi” um dos melhores quadros do “Caldeirão”. Mas, para ser justa, é preciso dizer que ele dá muita sorte com os passageiros que encontra.Na última edição do quadro (está na www.globo.com), o apresentador circulou pelas ruas de São Paulo com tipos que qualquer produção de programa gostaria de ter garimpado. Teve Lara, um travesti capixaba que cresceu num orfanato e saiu da prisão, onde esteve preso por tentativa de homicídio, há seis meses.
Desde os 11 anos ele “é hormonizado” (sic). Teve um casal de meia idade em que a mulher é caretona (“uma senhora”, como se autodefiniu) e o homem que anda maquiado (“porque gosto rock gótico”, seja lá o que isso for); Teve uma dupla de amigos em que um deles, Juliano, tem uma disfunção que o impediu de crescer mais do que 1,40 m (“isso mentindo um pouco”). E, finalmente, uma turma de cinco garotões e uma menina, estudantes de engenharia. Esse formato não é novidade na TV, mas quem comanda a ação faz toda a diferença.
Em “Vou de táxi”, Luciano se revela um excelente entrevistador. Não tem medo de perguntas embaraçosas, mas sem ser agressivo. De Lara, o travesti, quis saber se “se sentia menino ou menina” e se “se apaixonou na cadeia”. À estudante Ellen, perguntou se ela “já pegou alguém que está nesse carro” (a resposta era sim). Ao casal diferentão, pediu uma cena romântica enquanto pôs para tocar “A time for us”, tema do filme de 300 anos atrás “Romeu e Julieta”. Eles se beijaram ardentemente, foi lindo. Não é de hoje que Luciano entende de personagens. Em priscas eras, na Band, ele inventou Tiazinha e Feiticeira. Agora, investindo em figuras reais, descobriu uma vocação.
fonte:Patrícia Kogut
OBS:O mais legal da matéria e eu acho que da maioria delas,é ler além da opinião da jornalista ou dos críticos de TV.O Mais bacana está nos comentários que vem de leitores como nós e que é o termômetro perfeito da notícia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário