E chegam a alavancar audiências de horário nobre ou até de programas algumas vezes desgastados. "A gente só investe no que dá certo. Se faz sucesso lá fora, no mínimo, é porque o formato é bom.
Uma vez comprados os direitos, o ideal é dar um toque pessoal ao que vai ser exibido por aqui", opina José Amâncio, diretor do bem-sucedido O Aprendiz, versão nacional do americano The Apprentice, que estréia no início de abril sua versão universitária na Record.
Sucesso na Globo desde a exibição de sua primeira versão, em 2001, o Big Brother Brasil é um dos maiores exemplos de programas que podem ganhar traços locais mesmo com um formato importado.
Tanto que é difícil separar o que veio do projeto original do que foi adaptado aqui. "Quase tudo que vemos hoje é nosso. O paredão triplo, o castigo do monstro, as provas, a divisão da casa em lados diferentes, o voto aberto, o anjo, os paredões extras, todas essas idéias são brasileiras", garante o diretor geral Boninho.
Ele vai além. "O Big Brother daqui já é 100% brasileiro", exagera. Mas nem sempre isso é possível em todos os produtos.
"Tentamos explorar temas diferentes e viajar por cidades brasileiras para mostrar culturas distintas", explica Cris. Os rapazes do CQC, da Band, também costumam "abrasileirar" o humor do jornalístico criado na Argentina explorando situações tipicamente nacionais.
O que não parece ser tão difícil. "Temos um cenário político caótico suficiente para que os assuntos sejam sempre bem particulares", brinca Rafael Cortez.
Caminho inverso
Luciano Huck é um dos adeptos dos formatos importados para alavancar a audiência de seu Caldeirão do Huck, da Globo. Mas o apresentador conseguiu inovar e, curiosamente, o maior sucesso de seu programa atualmente está atrelado a um formato desenvolvido por sua própria equipe e, agora, vendido para o exterior.
Trata-se do Soletrando, disputa entre crianças para saber quem é melhor soletrando palavras da Língua Portuguesa. "Já foi oferecido em algumas feiras internacionais e a receptividade foi excelente", informa Luciano.
A idéia de fazer o quadro surgiu a partir do National Spelling Bee, evento americano que reúne crianças de todas as regiões dos Estados Unidos em um campeonato de soletração. A disputa é televisionada, mas não se tratava de um produto da televisão.
"Criamos um formato televisivo com começo, meio e fim", resume Luciano, que importa os formatos do Lata Velha e do Lar Doce Lar.
Instantâneas # A idéia de fazer uma edição para universitários de O Aprendiz veio da própria resposta de público através da internet. Muitos reclamavam que não podiam se inscrever por ainda não estarem graduados.
# Ao contrário dos variados programas estrangeiros de reforma de carros, como o Overhaulin', do Discovery Channel, os participantes precisam pagar uma prenda no palco de Luciano Huck para recuperarem seus carangos reformados.
# O Domingão do Faustão viu sua audiência decolar ao exibir um quadro similar ao Dancing with the Stars, o Dança dos Famosos.
# Eliana começou a aumentar a audiência do Tudo É Possível, da Record, com um formato importado da MTV americana. O Saindo com a Sogra caiu no gosto popular e o programa se consolidou nas tardes de domingo em 2005.
fonte:Terra
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