Se é tênue a linha entre o assistencialismo oportunista e uma boa história, Luciano Huck ficou do melhor lado com o quadro do último sábado no “Caldeirão”. Ele levou Naamã, morador do morro do Cantagalo, em Ipanema, para surfar no Havaí com Kelly Slater.
O garoto participa do Projeto Favela Surf Club, que ensina o esporte para meninos daquela comunidade na Praia do Arpoador. Mora num barraco miserável e apertado, com uma família numerosa e perdeu um irmão para o tráfico. Escolhido por Luciano para “ter um sonho realizado” pelo “Caldeirão”, apareceu, numa laje do Cantagalo apertando a mão do apresentador e jurando que “nunca iria para o lado errado”. Como se não bastasse, Naamã é uma graça e tem um sorriso irresistível. Realizar o sonho de um menino pobre, leva-lo para viajar de avião — e depois andar de helicóptero —, dar roupas novas e um mês de curso de inglês, tudo isso pode lembrar o que de pior se vê na televisão. Mas não foi.
A boa história deu uma volta na pieguice. O menino entrou na água com Slater ao som de Jack Johnson. Emocionou. Mostrou que ninguém aprende inglês em um mês, assim como um programa da TV dificilmente muda a vida de alguém de verdade. Mas pode fazer muito pelo telespectador. O “Caldeirão” ganhou muito com Naamã e vice-versa.
fonte:Patrícia Kogut
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